No dia das Mães, uma linda história de amor na cidade de São Vicente de Sul.
08 de Maio de 2022 às 10:28Em entrevista à CRESCER, Karine contou que foi diagnosticada com insuficiência istmocervical - condição que provoca dilatação anormal do colo uterino ao longo da gravidez e pode culminar com o nascimento de um bebê ainda imaturo. Devido à condição, a mãe perdeu três bebês. O terceiro chegou a sobreviver 45 dias na UTI neonatal, mas infelizmente acabou não resistindo.
Após a perda do sobrinho, Bianca teve a ideia de se oferecer para fazer barriga solidária para a irmã. “Eu disse que poderia gestar a criança e perguntei o que ela achava disso. Nós somos uma família muito ligada e eu pensei: ‘Se eu sou tão feliz, por que não fazer isso por ela?’”, declarou a irmã.
A gestação ocorreu por meio de transferência de embrião. Karine fez uma estimulação ovariana, por meio de medicamentos, e os médicos colheram seus óvulos. O marido dela também fez coleta de espermatozoides. A clínica fez a fertilização de dois óvulos e, quando a irmã estava no período fértil, os óvulos foram transferidos.
Depois de alguns dias, para a felicidade das irmãs, o resultado do teste de gravidez de Karine deu positivo. “Eu sempre entendi, durante a minha gestação, que a Mariana é minha sobrinha e minha afilhada. Sempre me coloquei como “dinda”, e nunca como mãe. Eu sempre fui muito consciente, e isso me ajudou muito”, contou a irmã. “Meu marido também me acompanhou durante todo esse momento. Ele foi o melhor marido possível nessa situação, me apoiou e esteve comigo, me ajudando, em todos os momentos”, continuou.
Mesmo sempre estando conscientes de que a pequena não era filha deles, Bianca e o marido, Breno, nunca deixaram que faltasse afeto para a bebê. “A nossa relação com a Mariana enquanto ela estava na barriga sempre foi de muito amor. Eu penso que, mesmo nós não sendo os pais dela, essa criança precisava sentir esse amor e não ser negligenciada de nenhuma forma”, declarou ela.
Durante a gestação, as duas irmãs admitem que passaram por muitos medos e inseguranças. Apesar de tudo isso, elas se mantiveram fortes, sempre contando com o apoio da família. “Quando decidimos fazer algo dessa grandeza, recebemos muito suporte físico e espiritual. Eu acredito que Deus dá forças para as causas que são do bem”, dizem.
Fonte: Revista Crescer / Globo.com