Sonho da maternidade através de barriga solidária da irmã

No dia das Mães, uma linda história de amor na cidade de São Vicente de Sul.

08 de Maio de 2022 às 10:28
Sonho da maternidade através de barriga solidária da irmã
Bianca Braibante Flores, 27, de São Vicente do Sul, se ofereceu para gestar o bebê da irmã, Karine Braibante Flores, que estava enfrentando dificuldades para engravidar

Em entrevista à CRESCER, Karine contou que foi diagnosticada com insuficiência istmocervical - condição que provoca dilatação anormal do colo uterino ao longo da gravidez e pode culminar com o nascimento de um bebê ainda imaturo. Devido à condição, a mãe perdeu três bebês. O terceiro chegou a sobreviver 45 dias na UTI neonatal, mas infelizmente acabou não resistindo.

Após a perda do sobrinho, Bianca teve a ideia de se oferecer para fazer barriga solidária para a irmã. “Eu disse que poderia gestar a criança e perguntei o que ela achava disso. Nós somos uma família muito ligada e eu pensei: ‘Se eu sou tão feliz, por que não fazer isso por ela?’”, declarou a irmã.

A gestação ocorreu por meio de transferência de embrião. Karine fez uma estimulação ovariana, por meio de medicamentos, e os médicos colheram seus óvulos. O marido dela também fez coleta de espermatozoides. A clínica fez a fertilização de dois óvulos e, quando a irmã estava no período fértil, os óvulos foram transferidos.

Depois de alguns dias, para a felicidade das irmãs, o resultado do teste de gravidez de Karine deu positivo. “Eu sempre entendi, durante a minha gestação, que a Mariana é minha sobrinha e minha afilhada. Sempre me coloquei como “dinda”, e nunca como mãe. Eu sempre fui muito consciente, e isso me ajudou muito”, contou a irmã. “Meu marido também me acompanhou durante todo esse momento. Ele foi o melhor marido possível nessa situação, me apoiou e esteve comigo, me ajudando, em todos os momentos”, continuou.

Mesmo sempre estando conscientes de que a pequena não era filha deles, Bianca e o marido, Breno, nunca deixaram que faltasse afeto para a bebê. “A nossa relação com a Mariana enquanto ela estava na barriga sempre foi de muito amor. Eu penso que, mesmo nós não sendo os pais dela, essa criança precisava sentir esse amor e não ser negligenciada de nenhuma forma”, declarou ela.

Durante a gestação, as duas irmãs admitem que passaram por muitos medos e inseguranças. Apesar de tudo isso, elas se mantiveram fortes, sempre contando com o apoio da família. “Quando decidimos fazer algo dessa grandeza, recebemos muito suporte físico e espiritual. Eu acredito que Deus dá forças para as causas que são do bem”, dizem. 

Fonte: Revista Crescer / Globo.com