Mudanças em vista
07 de Agosto de 2020 às 09:24
Mudanças em vista
Na coluna desta sexta, dia 07 de agosto, Nolfeu Barbosa aborda a questão do novo normal, que significa uma readequação de nossas rotinas para algo mais condizente com o que estamos vivendo.

As pessoas acreditavam que o século 21 traria muitas mudanças, mas ninguém poderia prever que tais mudanças fossem ocorrer de forma tão brusca como essa, causadas pela pandemia. Todos querem, e com razão, que essa angústia chegue ao fim, para poderem retomar suas vidas e seguirem em frente com normalidade. Mas aquele normal, como todos o conhecíamos, não mais existe. Ele cedeu o lugar para um novo normal, ao qual nós todos teremos que nos adaptar. Teremos que criar novos hábitos de lazer, como viagens de férias, festas natalinas, praia, carnaval, de modo a elevar os níveis de cuidados com a preservação sanitária. Por um bom tempo será prudente continuar evitando aglomerações ou lugares muito frequentados. Até mesmo ir a um restaurante, um barzinho, ou uma simples caminhada no parque, exigirão cuidados sanitários que até então passavam despercebidos.Haverá mudanças na economia, com a perda de postos de trabalho e perda de renda per capita. Teremos que gastar menos, poupar mais e evitar compras supérfluas. A palavra da moda será “economia”, onde vamos tentar comprar somente o necessário e evitar o “comprar só por comprar.”O turismo também sofrerá mudanças, pois as viagens dentro do Brasil deverão prevalecer, em detrimento de viagens ao exterior.E até mesmo o turismo interno deverá ser cercado de cuidados extremos.

De todos os setores, o que mais deverá sofrer alterações é o mercado de trabalho. Mesmo antes da pandemia, esse setor já vinha passando por sensíveis mudanças, então é esperado que o quadro antigo seja bastante alterado. Algumas empresas e profissionais liberais já desenvolviam o trabalho remoto, e essa modalidade deverá ser mais acentuada no pós-pandemia. Boa parte dos empresários darão preferência ao empregado que more perto de seu ambiente de trabalho, para evitar custos, perda de tempo e aglomerações dentro dos transportes coletivos. Alguns empreendedores sentiram que a clientela aprovou o serviço via delivery e vão seguir entregando seus produtos nas casas dos clientes. O trabalhador, mesmo aquele que não perdeu seu emprego, terá de reinventar-se, estudando meios e formas de atender às exigências a partir dessa evolução.

Nós mesmos, enquanto usuários de serviços e consumidores de produtos, teremos que fazer a nossa parte, agindo com mais complacência e tolerância perante essa nova situação. Afinal de contas, todos teremos que contribuir com uma pequena cota de sacrifício, não é mesmo?

Por Nolfeu Barbosa.