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De Santiago para o mundo: ex-aluno da Escola da URI fará pós-doutorado na Inglaterra com foco no racismo no futebol

Vinícius Teixeira Pinto investigará a produção de dados sobre discriminação racial no esporte, com apoio do CNPq.

19 de Junho de 2025 às 22:45
Vinícius estudou na Escola da URI de Santiago dos 7 aos 16 anos, onde criou laços e recebeu a base que considera essencial para sua trajetória acadêmica.
Vinícius estudou na Escola da URI de Santiago dos 7 aos 16 anos, onde criou laços e recebeu a base que considera essencial para sua trajetória acadêmica.

O santiaguense Vinícius Teixeira Pinto, de 35 anos, ex-aluno da Escola da URI, conquistou uma importante oportunidade acadêmica internacional: ele foi aprovado em um programa de pós-doutorado na Inglaterra, com financiamento do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil. O embarque está marcado para o dia 13 de julho, com destino à cidade de Loughborough, onde permanecerá por pelo menos um ano.

Formado em Ciências Sociais pela UFSM, mestre em Antropologia Social pela UFSC e doutor pela UFRGS, Vinícius é pesquisador da área de Antropologia, com foco em temas relacionados ao futebol, cidadania e racismo. Seu projeto de pós-doutorado, intitulado “Números do Racismo no Futebol”, tem como objetivo investigar e comparar como Brasil e Inglaterra produzem estatísticas e dados sobre casos de discriminação racial no esporte.

"É um estudo que pretende compreender as técnicas, os contextos e as organizações envolvidas na produção desses dados, tanto aqui quanto lá. O racismo no futebol está em evidência, e há iniciativas importantes que tentam mensurar sua extensão, como o Observatório da Discriminação Racial no Brasil", explica o pesquisador.

Vinícius será acompanhado pela esposa, Elisa Oberst Vargas, que também é antropóloga e psicóloga. Ela pretende buscar capacitações na área acadêmica durante a estadia na Inglaterra. A pesquisa terá duração inicial de 12 meses, com possibilidade de prorrogação mediante nova aprovação do projeto.


Na foto, Paulo Ramos Pinto (pai), Vinícius Teixeira Pinto, Elisa Oberst Vargas (esposa), Vera Estivalet Teixeira (mãe), Vera Beatriz Leonardi Teixeira e Valdonir Estivalet Teixeira (tios).

Na trajetória de Vinícius, destacam-se passagens como docente pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e Universidade Federal do Pampa (Unipampa), além de sua atuação constante como pesquisador no meio universitário. Para ele, a formação em instituições públicas foi decisiva para alcançar esse novo patamar. "Meu mestrado e doutorado foram realizados com bolsas de pesquisa. O apoio das universidades federais foi essencial para me qualificar e chegar até aqui", destaca.

Ao recordar os tempos de estudante em Santiago, Vinícius guarda com carinho as memórias da Escola da URI, onde estudou da 2ª série ao 3º ano do Ensino Médio. “Foi uma época muito boa, de amizades que levo até hoje. A URI sempre teve um ensino exigente e, sem dúvida, foi uma base importante para minha disciplina e preparação acadêmica”, diz ele.

Inspirado desde cedo pela mãe, Vera Estivalete Teixeira, professora de História e também ex-docente da própria URI, Vinícius reforça que a paixão pelo conhecimento e pela docência o acompanha desde a infância. "Acho que pesquisar e dar aula é o que eu sei fazer, e isso foi sendo moldado ao longo do tempo, com o incentivo da família e das oportunidades acadêmicas."

Com o novo desafio no exterior, Vinícius pretende dar ainda mais visibilidade à sua pesquisa e colaborar com debates internacionais sobre o racismo no esporte. “É uma chance de mostrar o que é produzido no Brasil, aprender com outras experiências e, quem sabe, contribuir para a formulação de políticas públicas sobre o tema, tanto aqui quanto lá fora.”

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