Coluna: COLUNA DO BARBOSA

Cheias do Rio Caí (Nolfeu Barbosa)
23 de Junho de 2023 às 08:00
Muitas cidades próximas ao Rio Caí foram atingidas pelos alagamentos provocados pelo ciclone registrado na semana passada no RS, entre elas Montenegro, cidade onde vive nosso colunista Nolfeu Barbosa, o qual fala a respeito do assunto na coluna de hoje.
Muitas cidades próximas ao Rio Caí foram atingidas pelos alagamentos provocados pelo ciclone registrado na semana passada no RS, entre elas Montenegro, cidade onde vive nosso colunista Nolfeu Barbosa, o qual fala a respeito do assunto na coluna de hoje.

O ciclone extratropical que se abateu sobre o nosso Estado, na semana passada, foi devastador e causou muitas mortes e estragos irreparáveis. Em Montenegro a situação não foi diferente. Felizmente não tivemos mortes em razão das cheias, mas algumas pessoas perderam muitas coisas, e outras perderam tudo, mesmo. Casas e prédios alagados, ruas intransitáveis, foi um verdadeiro caos. Fiquei sabendo de pessoas que se refugiaram em casas de parentes, amigos e até mesmo nos hotéis da cidade.
As famílias atingidas perderam móveis, fogão, geladeira, máquina de lavar e outros utensílios domésticos. Essas famílias levarão muito tempo para se recuperar dessa tragédia, repondo ou consertando o que foi danificado.
Desde que viemos morar em Montenegro, em 1999, fico impressionado com a resiliência e determinação das pessoas que moram em áreas próximas ao Rio Caí, e pelo modo como eles enfrentam cada cheia, cada enchente. Um dia eu perguntei a alguns amigos, que moram nas áreas atingidas, como eles faziam quando tinha enchente, e um deles disse, com a maior calma deste mundo:
- “Não tem problema, quando a água sobe, a gente levanta os móveis do chão e espera a água baixar.”
Mas, desta vez, a enchente foi muito grande e não bastou ‘levantar os móveis do chão’, como dizia o meu amigo.

Foram tomadas algumas medidas, no sentido de ajudar aos flagelados. Foram organizados postos de coleta de doações de material de limpeza e até gêneros alimentícios. A Câmara de Vereadores, através de alguns de seus membros, está gestionando, junto ao Poder Público e às empresas prestadoras de serviços, pela concessão de créditos, isenção de IPTU, contas de água e luz, até que os atingidos possam se recuperar desse golpe.

Ao pesquisar dados para escrever essa coluna, constatei que o problema das cheias é extremamente antigo. O nosso município foi emancipado em 1873, e desde essa época já havia uma preocupação com o local de construção das casas, para que não ficassem muito próximas do rio. Entretanto, a cidade foi crescendo, a população foi aumentando e se expandindo por toda a cidade, inclusive pelas áreas ribeirinhas. Em 1901 surgiu a ideia de construir o porto, e assim foi feito. Em 1904 foi inaugurado o Cais de Montenegro, ou Porto das Laranjeiras, como é chamado o cais do Rio Caí.
No início dos anos 2000 foram elaborados diversos estudos, no sentido de minorar o sofrimento dos moradores do entorno do Rio Caí, mas sempre esbarrava nos altos custos da obra. Um desses estudos teve a aprovação da Metroplan e foi enviado ao Ministério das Cidades, em Brasília, para analisar a viabilidade de sua execução. Segundo o que consegui apurar, esse projeto está parado naquele ministério, por absoluta falta de financiamento para uma obra de tamanha envergadura.
Enquanto isso, o povo montenegrino continua sofrendo com as enchentes e com os seus prejuízos repetitivos.

FÁBULA (Autor desconhecido)
A Loucura resolveu convidar os amigos para tomar um café em sua casa.
Todos os convidados compareceram. Após o café, a loucura propôs:
- Vamos brincar de esconde-esconde?
- Esconde-esconde? O que é isso? - perguntou a Curiosidade.
- Esconde-esconde é uma brincadeira. Eu conto até 100 e vocês se escondem. Ao terminar de contar, eu vou procurar, e o primeiro a ser encontrado será o próximo a contar.
Todos aceitaram, menos o Medo e a Preguiça.
- 1,2,3... - a Loucura começou a contar.
A Pressa escondeu-se primeiro, num lugar qualquer.
A Timidez, tímida como sempre, escondeu-se na copa de uma árvore.
A Alegria correu para o meio do jardim. Já a Tristeza começou a chorar, pois não encontrava um local apropriado para se esconder.
A Inveja acompanhou o Triunfo e se escondeu perto dele, debaixo de uma pedra.
A Loucura continuava a contar e os seus amigos iam se escondendo.
O Desespero ficou desesperado, ao ver que a Loucura já estava no 99.
- 100! - gritou a loucura. - Vou começar a procurar...
A primeira a aparecer foi a Curiosidade, que já não aguentava mais, querendo saber quem seria o próximo a contar.
Ao olhar para o lado, a Loucura viu a Dúvida em cima de uma cerca, sem saber em qual dos lados ficar.
E assim foram aparecendo a Alegria, a Tristeza, a Timidez...
Quando estavam todos reunidos, a Curiosidade perguntou:
- Onde está o Amor?
Ninguém o tinha visto. A Loucura começou a procurá-lo. Procurou em cima da montanha, nos rios, debaixo das pedras e nada do Amor aparecer. Procurando por todos os lados, a Loucura viu uma roseira, pegou um pauzinho e começou a procurar entre os galhos quando, de repente, ouviu um grito.
Era o Amor, gritando por ter furado o olho com um espinho. A Loucura não sabia o que fazer. Pediu desculpas, implorou pelo perdão do Amor e até prometeu segui-lo para sempre.

MORAL DA HISTÓRIA:
O Amor aceitou as desculpas e é por isso que, até hoje, o AMOR é cego e a LOUCURA sempre o acompanha.

Por Nolfeu Barbosa.

 

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