Coluna: COLUNA DO BARBOSA

Violência nas escolas (Nolfeu Barbosa)
05 de Maio de 2023 às 09:09
Nolfeu Barbosa abre a coluna desta sexta-feira, 05, com um tema que está em evidência na mídia nos últimos dias: a violência nas escolas. Na sequência, seguem quatro belos textos para reflexão.
Nolfeu Barbosa abre a coluna desta sexta-feira, 05, com um tema que está em evidência na mídia nos últimos dias: a violência nas escolas. Na sequência, seguem quatro belos textos para reflexão.

No Brasil, quando ocorre algum fato trágico, logo se torna a principal notícia da mídia escrita, falada e televisiva. Com as redes sociais não é diferente, só se fala disso, é o assunto dominante do momento.
Vejamos os casos de Blumenau, quando um tresloucado invadiu uma creche, matando quatro crianças e ferindo outras cinco crianças; numa escola de São Paulo, um aluno matou uma professora esfaqueada e feriu outras pessoas.
Tão logo esses fatos ocorreram, tomaram conta do noticiário na ordem do dia no Brasil. Instalou-se, a partir daí, uma onda de pânico geral, com denúncias falsas ou anônimas, deixando a população em polvorosa. Houve pessoas que nem queriam mandar mais seus filhos para a escola, temerosos de que tais fatos pudessem se repetir.
A partir daí, surgiu uma gama de soluções e sugestões do que deveria ser feito para evitar novos ataques. Alguns sugeriram colocar um policial em cada escola ou creche, outros sugeriram colocar seguranças desarmados nas escolas, e houve até quem sugerisse colocar detectores de metal nas portas desses estabelecimentos.
As escolas não podem ficar reféns de ameaças ou falsas ameaças. Há que se investigar a fundo, a fim de evitar possíveis novos ataques. A ajuda dos pais também é imprescindível, monitorando sempre o comportamento de seus filhos, tanto em casa como fora dela, buscando saber o que seu filho anda fazendo e com quem ele se relaciona, principalmente quando faz uso das redes sociais.
Pais, professores e a sociedade, como um todo, têm que se manter vigilantes, para que fatos tão horríveis como esses não mais se repitam, e para que não caiam na vala do esquecimento e nada de prático e efetivo seja feito. Temos que ficar atentos.


FELICIDADE CLANDESTINA (Clarice Lispector)
Quando fazemos tudo para que nos amem... e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada.
Por isto digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado... melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram.
Não façamos esforços inúteis, pois o amor nasce ou não espontaneamente, mas nunca por força de imposição.
Às vezes é inútil esforçar-se demais... nada se consegue; outras vezes, nada damos e o amor se rende a nossos pés.
Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido.
Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer.
Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho... o de nada mais fazer.


QUE SEJA DOCE (Caio Fernando Abreu)
Que seja doce o dia quando eu abrir as janelas e lembrar de você. Que sejam doces os finais de tardes, inclusive os de segunda-feira - quando começa a contagem regressiva para o final de semana chegar. Que seja doce a espera pelas mensagens, ligações e recadinhos bonitinhos. Que seja (mais do que) doce a voz, ao falar no telefone. Que seja doce o seu cheiro. Que seja doce o seu jeito, seus olhares, seu receio. Que seja doce o seu modo de andar, de sentir, de demonstrar afeto. Que sejam doces suas expressões faciais, até o levantar de sobrancelha. Que seja doce a leveza que eu sentirei ao seu lado. Que seja doce a ausência do meu medo. Que seja doce o seu abraço. Que seja doce o modo como você irá segurar na minha mão. Que seja doce. Que sejamos doces…


SE FOR... (Autor desconhecido)
Se for para esquentar, que seja o sol.
Se for para enganar, que seja o estômago.
Se for para chorar, que seja de alegria.
Se for para mentir, que seja a idade.
Se for para roubar, que se roube um beijo.
Se for para perder, que seja o medo.
Se for para cair, que seja na gandaia.
Se existir guerra, que seja de travesseiros.
Se existir fome, que seja de amor.
Se for para ser feliz, que seja o tempo todo!


CANÇÃO DO DIA DE SEMPRE (Mário Quintana)
Tão bom viver dia a dia...
A vida, assim, jamais cansa...
Viver tão só de momentos
Como essas nuvens no céu...

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...
E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio,
Sempre é outro rio a passar.
Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...

Por Nolfeu Barbosa.

 

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