Coluna: COLUNA DO BARBOSA

Seleção de textos
03 de Fevereiro de 2023 às 07:15
Nolfeu Barbosa abre a coluna desta sexta, 03/02, com um texto de autoria de Augusto Schimanski, que explica de uma bela forma o que são amor, amizade e paixão.
Nolfeu Barbosa abre a coluna desta sexta, 03/02, com um texto de autoria de Augusto Schimanski, que explica de uma bela forma o que são amor, amizade e paixão.

O QUE NÃO É AMOR (Augusto Schimanski)

Já se falou tanto em amor, amizade e paixão.
Que tal falarmos do que NÃO É amor?
Se você precisa de alguém para ser feliz, isso não é amor. É carência.
Se você tem ciúme, insegurança e faz qualquer coisa para conservar alguém ao seu lado, mesmo sabendo que não é amado, e ainda diz que confia nessa pessoa, mas não nos outros, isso não é amor. É falta de amor próprio.
Se você acredita que "ruim com ela (e), pior sem ela (e)", e sua vida fica vazia sem essa pessoa; não consegue se imaginar sozinho e mantém um relacionamento que já acabou, só porque não tem vida própria - existe em função do outro - isso não é amor. É dependência.
Se você acha que o ser amado lhe pertence; sente-se dono (a) e senhor (a) de sua vida e de seu corpo; não lhe dá o direito de se expressar, e ter escolhas, só para afirmar seu domínio, isso não é amor. É egoísmo.
Se você não sente desejo, não se realiza sexualmente, prefere nem ter relações sexuais com essa pessoa, porém sente algum prazer em estar ao lado dela, isso não é amor. É amizade.
Se vocês discutem por qualquer motivo, morrem de ciúmes um do outro e brigam por qualquer coisa, nem sempre fazem os mesmos planos, discordam em diversas situações, não gostam de fazer as mesmas coisas ou ir aos mesmos lugares, mas sexualmente combinam perfeitamente, isso não é amor. É desejo.
Se seu coração palpita mais forte, o suor torna-se intenso, sua temperatura sobe e desce vertiginosamente, apenas em pensar na outra pessoa, isso não é amor. É paixão.
Agora, sabendo o que não é amor, fica mais fácil analisar, verificar o que está acontecendo e procurar resolver a situação. Ou se programar para atrair alguém por quem sinta carinho e desejo; que sinta o mesmo por você, para que possam construir um relacionamento equilibrado. Aí sim, este é o verdadeiro e eterno AMOR.
Meu pai disse-me um dia: "Filho... você terá três tipos de pessoa na sua vida:
- Uma AMIGA: aquela pessoa que você terá sempre em grande estima, que você sabe que poderá contar sempre; que bastará você insinuar que está precisando de ajuda e a ajuda estará sendo dada;
- Uma AMANTE: aquela pessoa que faz o seu coração pulsar; que fará com que você flutue e nada importará quando vocês estiverem juntos;
- Uma PAIXÃO: aquela pessoa que você amará, desejará incondicionalmente, às vezes nem lhe importando se ela lhe quer ou não, e talvez ela nem fique sabendo disso.
Mas, se você conseguir reunir essa três pessoas numa só, pode ter certeza, meu filho: "Aí você encontrou a verdadeira felicidade."


PENSAMENTOS REBELDES (Ana Kessler)


São 7h. O despertador canta de galo e eu não tenho forças nem para atirá-lo contra a parede. Estou TÃO acabada, não queria ter que trabalhar hoje. Queria ficar em casa, cozinhando, ouvindo música, cantarolando, até...
Se tivesse filhos, gastaria a manhã brincando com eles; se tivesse cachorro, passeando pelas redondezas. Aquário? Olhando os peixinhos nadarem. Espaço? Fazendo alongamento. Leite condensado? Brigadeiro...
Tudo menos sair da cama, engatar uma primeira e colocar o cérebro para funcionar. Gostaria de saber quem foi a mentecapta, a matriz das feministas que teve a infeliz ideia de reivindicar direitos à mulher, e por quê ela fez isso conosco, que nascemos depois dela?
Estava tudo tão bom no tempo das nossas avós. Elas passavam o dia a bordar, a trocar receitas com as amigas, ensinando-se mutuamente segredos de molhos e temperos, de remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecas dos maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando flores, colhendo legumes das hortas, educando crianças, frequentando saraus...
A vida era um grande curso de artesanato, medicina alternativa e culinária. Aí vem uma fulaninha qualquer, que não gostava de sutiã, tampouco de espartilho, e contamina várias outras rebeldes inconsequentes com ideias mirabolantes sobre "vamos conquistar o nosso espaço".
Que espaço, minha filha? Você já tinha a casa inteira, o bairro todo, o mundo a seus pés. Detinha o domínio completo sobre os homens, eles dependiam de você para comer, vestir, e se exibir para os amigos... que raio de direitos requerer?
Agora eles estão aí, todos confusos, não sabem mais que papéis desempenhar na sociedade, fugindo de nós como o diabo da cruz. Essa brincadeira de vocês acabou é nos enchendo de deveres, isso sim. E nos lançando no calabouço da solteirice aguda. Antigamente, os casamentos duravam para sempre, tripla jornada era coisa do Bernard do vôlei - e olhe lá, porque naquela época não existia Bernard e, se duvidar, nem vôlei.
Por quê, me digam, por quê um sexo que tinha tudo do bom e do melhor, que só precisava ser frágil, foi se meter a competir com o "macharedo"? Olha o tamanho do bíceps deles, e olha o tamanho do nosso. Estava na cara que isso não ia dar certo. Não aguento mais ser obrigada ao ritual diário de fazer escova, maquiar, passar hidratantes, escolher que roupa vestir, que sapatos, acessórios, que perfume combina com o meu humor, nem de ter que sair correndo, ficar engarrafada no tráfego, correr risco de ser assaltada, de morrer atropelada, passar o dia ereta na frente do computador, com o telefone no ouvido, resolvendo problemas. Somos fiscalizadas e cobradas, por nós mesmas, a estarmos sempre em forma, sem estrias, depiladas, sorridentes, cheirosas, unhas feitas, sem falar no currículo impecável, recheado de mestrados, doutorados e especializações.
Viramos supermulheres, mas continuamos a ganhar menos do que eles. Não era muito melhor ter ficado fazendo tricô na cadeira de balanço?
Chega! Eu quero alguém que pague as minhas contas, abra a porta para eu passar, puxe a cadeira para eu sentar, me mande flores com cartões cheios de poesia, faça serenatas na minha janela - ai, meu Deus, 7h 30min, tenho que levantar!, - e tem mais, que chegue do trabalho, sente no sofá, coloque os pés para cima e diga: "meu bem, me traz uma dose de whisky, por favor?".
Descobri que nasci para servir. Vocês pensam que eu estou ironizando? Estou falando sério! Estou abdicando do meu posto de mulher moderna...
Troco pelo de Amélia. Alguém se habilita?"

Seleção de textos feita por Nolfeu Barbosa.

 

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