Coluna: COLUNA DO BARBOSA

Contos de Ano Novo
06 de Janeiro de 2023 às 08:35
Iniciamos um novo ano... E Nolfeu Barbosa traz em sua coluna de hoje três contos para saudar o Ano Novo.
Iniciamos um novo ano... E Nolfeu Barbosa traz em sua coluna de hoje três contos para saudar o Ano Novo.

NO ANO PASSADO... (Mário Quintana)

Já repararam como é bom dizer "o ano passado"? É como quem já tivesse atravessado um rio, deixando tudo na outra margem...Tudo, sim, tudo mesmo! Porque, embora nesse "tudo" se incluam algumas ilusões, a alma está leve, livre, numa extraordinária sensação de alívio, como só se poderiam sentir as almas desencarnadas. Mas, no ano passado, como eu ia dizendo, ou mais precisamente, no último dia do ano passado deparei com um despacho da Associeted Press em que, depois de anunciado como se comemoraria nos diversos países da Europa a chegada do Ano Novo, informava-se o seguinte, que bem merece um parágrafo à parte:
"Na Itália, quando soarem os sinos à meia-noite, todo mundo atirará pelas janelas as panelas velhas e os vasos rachados".
Ótimo! O meu ímpeto, modesto mas sincero, foi atirar-me eu próprio pela janela, tendo apenas no bolso, à guisa de explicação para as autoridades, um recorte do referido despacho. Mas seria levar muito longe uma simples metáfora, aliás, praticamente irrealizável porque resido num andar térreo. E, por outro lado, metáforas a gente não faz para a Polícia, que só quer saber de coisas concretas. Metáforas são para aproveitar em versos...
Atirei-me, pois, metaforicamente, pela janela do tricentésimo-sexagésimo-quinto andar do ano passado.
Morri? Não. Ressuscitei. Que isto da passagem de um ano para outro é um corriqueiro fenômeno de morte e ressurreição - morte do ano velho e sua ressurreição como ano novo, morte da nossa vida velha para uma vida nova.


MAIS DINHEIRO & PROSPERIDADE (Gustavo Cerbase)

Dinheiro traz felicidade para você?
Todos temos uma resposta irônica para esta pergunta, não é mesmo? Mas, piadas à parte, pense no sentido da palavra felicidade, para você.
Você ainda curte seus prazeres de adolescente? Se não curte mais, em algum momento da vida você deliberadamente escolheu deixar de curtir aqueles prazeres? Você já deu um abraço forte nas pessoas que você ama nesta semana? Conseguiu se espreguiçar na cama por uns dois minutos de manhã? Se você é pai ou mãe, quantas horas você dedicou para curtir o carinho de seu filho na última semana? Quantas horas ficou debruçado na janela para ver o espetáculo que a última chuva proporcionou, ao fazer a água correr pela rua?
Muitas pessoas estão deixando de curtir as coisas mais importantes da vida. Estão deixando a vida simplesmente passar. Quanto custaria a você gastar um pouquinho de seu tempo para, simplesmente, curtir? Nada.
Perceba que curtir a vida pode não custar nada - se você quiser. Você não consegue, porém, aproveitar nem uma pequena parcela da enorme quantidade de presentes que Deus lhe dá, todos os dias. Dentre as milhares desculpas para não aproveitar esses lances de felicidade, a principal é a correria do dia a dia, justificada por um ritmo intenso de trabalho, que, por sua vez, é justificado para lhe trazer dinheiro, o qual será usado para pagar as contas e para lhe dar acesso às coisas que lhe dão prazer.
Curiosamente, abrimos mão de prazeres, da família, dos amigos e de nós mesmos para desfrutar disso após o trabalho, provavelmente gastando dinheiro para tirar o atraso de forma mais intensa.
Perceba bem: as melhores coisas da vida estão disponíveis para qualquer ser humano. Ganhar bem é diferente de ser rico. O mundo está cheio de pessoas com muito dinheiro e que declaradamente não são felizes, assim como tem muita gente que vive humildemente e diz de boca cheia que é feliz.
Aqueles que conseguem unir o útil ao agradável certamente conseguem isso porque buscam esse objetivo conscientemente. Talvez esteja na hora de você acionar sua consciência para uma vida mais rica.
Pense nisso e faça tudo diferente, nesse novo ano.


DE REPENTE (Autor desconhecido)

De repente, num momento fugaz,
os fogos de artifício anunciam
que o ano novo está presente
e o ano velho ficou pra trás.
De repente, num instante fugaz,
as taças se cruzam
e o champanhe borbulhante
anuncia que o ano velho se foi
e o ano novo chegou.
De repente, os olhos se cruzam,
as mãos se entrelaçam
e os seres humanos,
num abraço caloroso,
num só pensamento,
exprimem um só desejo
e uma só aspiração:
PAZ e AMOR.
De repente, não importa a nação;
não importa a língua,
não importa a cor,
não importa a origem,
porque sendo humanos e descendentes de um só Pai,
lembramo-nos apenas de um só verbo: AMAR.
De repente, sem mágoa, sem rancor, sem ódio,
cantamos uma só canção, um só hino:
o da LIBERDADE.
De repente, esquecemos e lembramos do
futuro venturoso, e de como é bom VIVER.

Seleção de textos feita por Nolfeu Barbosa.

 

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