Coluna: COLUNA DO BARBOSA

Jogos Olímpicos
13 de Agosto de 2021 às 07:00
Em sua coluna desta sexta-feira, Nolfeu Barbosa traz a sua observação sobre as Olimpíadas de Tóquio, findadas no último final de semana.
Em sua coluna desta sexta-feira, Nolfeu Barbosa traz a sua observação sobre as Olimpíadas de Tóquio, findadas no último final de semana.

No final da década de 1980, quando morávamos no bairro Jardim Botânico, em Porto Alegre, tivemos como vizinho um garoto que passava sempre de skate na calçada, fazendo o barulho característico das rodinhas contra o piso. Ele devia ter uns 17 ou 18 anos; usava um boné com a aba virada para trás e um camisetão que descia até quase a metade das pernas. Eu e um grupo de amigos achávamos que ele não passava de um desocupado, e que talvez fosse melhor ele procurar emprego, pois certamente aquilo não lhe traria nenhum sustento. Talvez aquele garoto estivesse antevendo o futuro, pois, por mais incrível que pareça, o skatismo se tornou um esporte altamente lucrativo e bastante popular, tanto que foi introduzido como modalidade esportiva nos jogos olímpicos de Tóquio, encerrados no domingo passado.

Além do skate, outras quatro modalidades esportivas foram acrescentadas aos jogos olímpicos: surf, karatê, escalada esportiva e beisebol/softbol. Essas novidades completaram o rol de 46 modalidades que fizeram parte dessa edição dos jogos de Tóquio, no Japão. A Olimpíada da Pandemia, como foi chamada, ficou marcada pelos rígidos protocolos sanitários contra a Covid-19. Mesmo com todos os cuidados, não foi possível evitar que várias pessoas, entre atletas e pessoal de apoio, acabassem contraindo o vírus. Felizmente os brasileiros escaparam de contaminação durante os jogos.

A campanha olímpica do Brasil ficou acima do esperado, superando a marca de medalhas conseguidas na Olimpíada do Rio de Janeiro, onde competimos com 465 atletas, contra apenas 317 atletas que participaram dos jogos no Japão. Mesmo com uma delegação menor, o Brasil conquistou 21 medalhas nesta edição, superando as 19 medalhas da edição anterior.

Em razão do fuso horário, milhões de brasileiros vararam as madrugadas para assistir às competições de judô, natação, vôlei, atletismo, ginástica e muitas outras modalidades. Na olimpíada, a população de cada país torce por seus atletas, mesmo não os conhecendo pessoalmente. O que vale, naquele momento, é a pátria, a bandeira, e a luta de seu compatriota por uma medalha que, se for dourada, melhor, mas o mais importante é representar bem o seu país.

Tivemos competições emocionantes, por parte dos brasileiros, como o Isaquias Queiroz na canoagem, e o Alisson dos Santos, no atletismo. A ginasta Rebeca Andrade se destacou por ganhar uma medalha de ouro e outra de prata, sendo a única brasileira a ganhar duas medalhas numa única olimpíada. Tivemos boas surpresas, como as medalhas do tênis e do boxe, mas também tivemos algumas decepções, como o vôlei masculino e o vôlei de praia.

Para quem curte olimpíadas, essa edição foi um prato cheio de atrações, mas nada foi mais encantador do que assistir à menina Rayssa Leal, de apenas 13 anos, flanando sobre o seu skate, sempre com um sorriso nos lábios, como se estivesse apenas se divertindo numa pista de rua qualquer. Superava cada obstáculo com maestria, executando manobras incríveis e dando a impressão de que o equipamento fazia parte de seu próprio corpo. Pelo jeito, essa menina tem um futuro bastante promissor.

A curiosidade dessa olimpíada ficou por conta de San Marino, um dos menores países do mundo, com uma população em torno de 35 mil habitantes e área de apenas 61k². Eles participaram dos jogos com apenas 5 atletas e ganharam 3 medalhas, um aproveitamento realmente espantoso.

Eu, particularmente, gosto bastante desses eventos esportivos como Copa do Mundo e Olimpíada, mas prefiro a segunda, pela variedade de modalidades. Esperemos a próxima edição dos jogos olímpicos, em 2024, na França.


Por Nolfeu Barbosa

 

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