
Eu tinha dito a mim mesmo que não iria mais falar sobre a pandemia aqui neste espaço, até mesmo porque eu achava que estava perto de terminar. Ledo engano de minha parte, pois a situação piorou de tal maneira, que me senti impelido a voltar a abordar esse tema.
O bicho está pegando, e não é simples figura de linguagem. A situação está realmente caótica e desesperadora, se é que já não fugiu ao controle das autoridades sanitárias. Eu não queria estar, nem por um momento, no lugar desse pessoal da saúde que trabalha na linha de frente. Não podemos também, avaliar o alto grau de esgotamento físico e mental aos quais essas pessoas estão submetidas, sabendo que aquilo que elas presenciam diariamente também pode ocorrer com elas ou com seus familiares.O risco de contaminação é muito alto, e eles são obrigados a ficar longe de suas famílias, o que acaba gerando ansiedade generalizada, distúrbios do sono e estresse, ocasionando até mesmo afastamento temporário de seu trabalho.
A maioria dos hospitais já esgotou a sua capacidade de atendimento às vítimas da Covid 19. Faltam leitos, faltam quartos e até UTIs. E, pior ainda, mesmo que houvesse a possibilidade física de criação de novos leitos, não haveria médicos, enfermeiros e assistentes suficientes para atender tamanha demanda. Alguns hospitais não têm mais espaço físico e estão alugando contêineres para armazenamento dos corpos das vítimas.
O mais impactante, a meu juízo, são as notícias que dão conta de que as últimas contaminações, advindas da variante P.1 do coronavírus, que é muito mais agressiva e se dissemina mais rapidamente, estão atingindo as pessoas mais jovens, algumas sem quaisquer outras comorbidades. Se antes devíamos cuidar mais dos idosos, agora temos que nos preocupar também com os mais novos.
Se o corpo médico está estressado, esgotado e até assustado, imagina nós, que não sabemos exatamente contra o quê estamos lutando, e que, a cada dia, vemos morrer mais pessoas próximas de nós.
Este mês completou-se um ano dessa pandemia, e o que sabemos, de fato, sobre esse vírus? Sabemos que devemos higienizar as mãos, o corpo, as roupas e os objetos, sabemos que devemos usar máscaras para nos proteger. Sabemos também que o vírus apresenta um período de incubação, que consiste no tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas, que é de 1 a 14 dias. As pessoas infectadas já manifestam os sinais nos primeiros 6 dias.
A melhor defesa contra esse vírus é mantermos todos aqueles cuidados iniciais, lá do comecinho da pandemia, e sairmos de casa apenas quando necessário, procurando voltar o mais rápido possível. Não faça e nem participe de aglomerações, e não retire sua máscara, mesmo estando perto de amigos. Ah, e reze, reze bastante, mesmo se você não tiver religião, mal não vai fazer. E vamos nos cuidar, até que estejamos todos vacinados.
Por Nolfeu Barbosa