Colcha de retalhos
31 de Março de 2023 às 07:00
Colcha de retalhos
Nolfeu Barbosa abre a sua coluna de hoje nos brindando com o belíssimo texto COLCHA DE RETALHOS. E além deste, traz outros 5 textos para reflexão.

Sou feita de retalhos.
Pedacinhos coloridos de cada vida que passa pela minha e que vou costurando na alma. Nem sempre bonitos, nem sempre felizes, mas me acrescentam e me fazem ser quem eu sou.
Em cada encontro, em cada contato, vou ficando maior...
Em cada retalho, uma vida, uma lição, um carinho, uma saudade...
Que me tornam mais pessoa, mais humana, mais completa.
E penso que é assim mesmo que a vida se faz: de pedaços de outras gentes que vão se tornando parte da gente, também.
E a melhor parte é que nunca estaremos prontos, finalizados...
Haverá sempre um retalho novo para adicionar à alma.
Portanto, obrigada a cada um de vocês, que fazem parte da minha vida e que me permitem engrandecer minha história com os retalhos deixados em mim. Que eu também possa deixar pedacinhos de mim pelos caminhos e que eles possam ser parte das suas histórias.
E que assim, de retalho em retalho, possamos nos tornar, um dia, um imenso bordado de "nós".


O DINHEIRO E A FELICIDADE (Augusto Cury)

O dinheiro pode nos dar conforto e segurança, mas ele não compra
uma vida feliz. O dinheiro compra a cama, mas não o descanso. Compra
bajuladores, mas não amigos. Compra presentes para uma mulher, mas
não o seu amor. Compra o bilhete da festa, mas não a alegria. Paga a
mensalidade da escola, mas não produz a arte de pensar.
Você precisa conquistar aquilo que o dinheiro não compra. Caso
contrário será um miserável, ainda que seja um milionário.


TRAVESSIA (Fernando Teixeira de Andrade)

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.


COMO ENSINAR (Rubem Alves)

Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música, não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos, juntos, as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música.
Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas.
Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes.


AMIZADE (Autor desconhecido)

A amizade leal, sincera, desinteressada, é a verdadeira comunhão das almas.
É mais forte que o amor, porque este costuma ser ciumento, egoísta e
vulnerável. A verdadeira amizade perdura e se fortalece através do tempo e da distância. Não é necessário ver frequentemente o amigo para que a amizade perdure;
basta saber que ele responderá quando necessário, com um ato de afeto, de compreensão, até mesmo de sacrifício.
A amizade não se conquista, não se impõe; cultiva-se como uma flor; fertiliza-se com pequenos detalhes de cortesia, de ternura e de lealdade; rega-se com as águas vivas do desinteresse e do carinho silencioso. Não importam as distâncias, os níveis sociais ou culturais.
A amizade sobrepõe-se a tudo isso. A lembrança do amigo distante, do amigo da infância ou da juventude, produz a íntima alegria de tê-los conhecido.
Nossa vida se enriqueceu com o seu contato, por mais breve que esse tenha sido.
A felicidade do amigo nos dá felicidade. Seus sofrimentos se tornam nossos, porque existe um maravilhoso laço invisível que une os amigos.
Para quem tem amigos sinceros não existe solidão.


CANÇÃO DO DIA DE SEMPRE (Mário Quintana)

Tão bom viver dia a dia...
A vida, assim, jamais cansa...
Viver tão só de momentos
Como essas nuvens no céu...

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...
E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio;
Sempre é outro rio a passar.
Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...

Seleção de textos feita por Nolfeu Barbosa.