O QUADRO (Autor desconhecido)
04 de Março de 2022 às 07:13
O QUADRO (Autor desconhecido)
E na coluna de Nolfeu Barbosa desta sexta-feira, mais um belo texto para reflexão, intitulado O QUADRO.

Um homem muito rico e seu filho tinham grande paixão pela arte.
Tinham de tudo em sua coleção, desde Picasso até Rafael. Muito unidos, sentavam-se juntos para admirar as grandes obras de arte. Por obra do destino, seu filho foi para a guerra. Foi muito valente e morreu numa batalha, quando resgatava outro soldado. O pai recebeu a notícia e sofreu profundamente com a morte de seu único filho.
Um mês mais tarde, justo antes do Natal, alguém bateu na porta. Um jovem, com uma grande tela em suas mãos, disse ao pai:
- Bom dia, o senhor não me conhece, mas eu sou o soldado por quem seu filho deu a vida. Ele salvou muitos de nós naquele dia e estava me levando a um lugar seguro quando uma bala lhe atravessou o peito, levando-o a morrer instantaneamente. Ele falava muito do senhor e de seu amor pela arte.
E o rapaz estendeu os braços para entregar-lhe a tela:
- Eu sei que não é muito, e eu não sou um grande artista, mas sei também que seu filho gostaria que o senhor recebesse isto.
O pai abriu a tela. Era um retrato de seu filho, pintado pelo jovem soldado.
Ele olhou com profunda admiração a maneira com que o soldado havia capturado a personalidade de seu filho na pintura. O pai estava tão atraído pela expressão dos olhos de seu filho, que seus próprios olhos se encheram de lágrimas. Ele agradeceu ao jovem soldado e ofereceu pagar-lhe pela pintura.
- Não, senhor, eu nunca poderia pagar-lhe o que seu filho fez por mim. Esta pintura é um presente.
O pai colocou a tela à frente de suas grandes obras de arte. Cada vez que alguém visitava sua casa, ele mostrava, orgulhosamente, o retrato do filho, antes de mostrar sua famosa galeria.
O homem morreu alguns anos mais tarde e se anunciou um leilão de todas as suas obras de arte. Muita gente importante e influente compareceu, com grandes expectativas de comprar verdadeiras obras de arte.
Exposto, em primeiro plano, estava a pintura do filho.
O leiloeiro bateu seu martelo para dar início ao leilão.
- Começaremos o leilão com o quadro "O FILHO". Quanto me oferecem por este quadro?
Um grande silêncio... Então ouviu-se um grito do fundo da sala:
- Queremos ver as pinturas famosas!!! Esqueça-se desta!!!
O leiloeiro insistiu:
- Alguém oferece algo por essa pintura? 100 dólares? 200 dólares?
Mais uma vez, outra voz se fez ouvir:
- Não viemos por esta pintura! Viemos pelos quadros de Van Gogh, Monet, Rafael, Rembrandt, Picasso... Vamos às ofertas de verdade!
Mesmo assim, o leiloeiro continuou...
- O FILHO!!! O FILHO!!! Quem leva o filho?
Finalmente, uma voz:
- Eu dou 10 dólares pela pintura.
Era o velho jardineiro da casa. Ele amava o rapaz, pois ajudara a criá-lo desde pequeno. Sendo um homem muito pobre, porém, esse era o único dinheiro que ele podia oferecer.
- Temos 10 dólares! Quem dá 20 dólares? - gritou o leiloeiro.
As pessoas já estavam irritadas, impacientes, não queriam a pintura do filho, queriam as que realmente eram valiosas, para completarem suas próprias coleções. Então o leiloeiro bateu o martelo:
- Dou-lhe uma, dou-lhe duas, vendida por 10 dólares!!!
- Agora vamos começar com a coleção!!! - gritou um.
O leiloeiro soltou seu martelo e disse:
- Sinto muito, damas e cavalheiros, mas o leilão chegou ao seu final. Quando me chamaram para fazer esse leilão, havia um segredo estipulado no testamento do dono. Não seria permitido revelar esse segredo até esse exato momento. Somente a pintura "O filho" seria leiloada. Aquele que a comprasse, herdaria absolutamente todas as posses deste homem, inclusive as famosas pinturas. O homem que comprou "O FILHO" fica com tudo!

REFLEXÃO:
O amor de um pai (ou mãe) por seus filhos é a forma mais pura, sincera e incondicional de amor que existe. É algo tão profundo e inexplicável que só pode ser demonstrado com gestos de afeto e cuidado. Há pessoas que só descobrem o verdadeiro significado do amor depois de se tornarem pais. Pense nisso! Não há bem que possa valer mais do que um filho. Um verdadeiro afeto se constitui num dos mais valiosos e duradouros patrimônios da alma.


Texto selecionado por Nolfeu Barbosa