Justiça condena mais dois réus pela morte de comerciante em São Borja
12 de Setembro de 2019 às 09:20
Justiça condena mais dois réus pela morte de comerciante em São Borja
Sentença sobre réus pela morte de Sônia Hussein Khaled foi conhecida nesta quarta (11) — Foto: Alfredo Pereira

Nesta quarta-feira (11), a Justiça condenou mais dois homens envolvidos no assassinado da comernciante Sônia Hussein Khaled, em São Borja. Bruno Silveira Aires foi sentenciado a 24 anos e Tiago Vargas Motta, a 22 anos e oito meses, em regime fechado, sem possibilidade de recorrer em liberdade.

A dupla foi considerada culpada por homicídio triplamente qualificado, por render Sônia, levá-la até a Rua Coronel Tristão de Araújo Nóbrega e executá-la, em 2015, segundo o Ministério Público.

Conforme consta na denúncia do MP, Bruno foi o autor dos disparos (quatro ao total) e das duas facadas dadas pelas costas, que resultaram na morte da mulher de 44 anos. Eles agiram a mando de Husen Kassen Khaled, marido da vítima, que foi condenado em julho deste ano a 30 anos de prisão.

Cada um terá que pagar, ainda, R$ 100 mil de indenização aos filhos da vítima. A advogada de Bruno afirmou que vai recorrer da decisão. O G1 entrou em contato com a Defensoria Pública, que atende Tiago, e aguarda retorno.

Depoimentos
No julgamento, que começou na terça-feira (10), Tiago negou vários pontos da versão que havia informado anteriormente, em delação premiada. Entre eles, que não foi Bruno quem atirou em Sônia, como é defendido pelo MP, mas ele mesmo. Ele afirma não conhecer a maioria dos envolvidos no crime. Porém, nos autos do processo, constam registros de ligações a vários dos investigados.

Já Bruno afirmou que participou da ação porque devia R$ 300 a um homem, que não está listado no processo, e que o objetivo era "dar um susto" na comerciante.

Outros réus
O marido da vítima, Husen Kassen Khaled, foi condenado em julho deste ano a 30 anos de prisão. Conforme a acusação, ele simulou um assalto e planejou o assassinato da mulher. A defesa dele informou à RBS TV, na época, que iria recorrer da sentença.

Além dele, foram condenados também Maurício Mariano e Valdemir Trindade Rodrigues. De acordo com o MP, Maurício ajudou Husen nos detalhes do planejamento do crime e recrutou os cúmplices. Ele também recebeu como sentença 30 anos de prisão e deve pagar R$ 200 mil a cada um dos três filhos da vítima. O advogado Adão Nogueira, que representou ele no júri, disse ao G1, na época, que planejava recorrer da condenação, mas que ainda iria se reunir com familiares do réu.

Já Valdemir emprestou sua motocicleta para um dos réus resgatar Tiago após o crime. Segundo o MP, ele conduziu Maurício até o ginásio onde foram acertados os detalhes com Husen, momentos antes do crime. A mando de Husen e de Maurício, contatou Tiago para participar do crime. Valdemir foi condenado a 24 anos, e foi determinado que ele deve pagar uma indenização de R$ 80 mil às vítimas. A advogada Josiane Balbe afirmou que achou injusta a sentença:

"Ele não merecia isso. A conduta dele não foi para matar ninguém. Ele não é assassino."

Restam dois acusados, que serão julgados em data ainda não definida pelo Judiciário.

Como foi o crime
Segundo a denúncia do Ministério Público, Husen ofereceu dinheiro aos demais réus para que matassem a mulher no dia 6 de novembro de 2015. Ele buscou Tiago e Bruno de carro e os levou para a casa da vítima.

No local, Husen abriu o portão para a dupla, que rendeu e amarrou Sônia. Ele também foi amarrado, para simular um assalto.

A mulher foi colocada no banco de trás do carro de Husen e levada até a Rua Coronel Tristão de Araújo Nóbrega, onde foi executada.

Em seu depoimento, Tiago declarou que Husen ofereceu R$ 50 mil a Bruno para que confirmasse que se tratava de latrocínio. Disse que foi procurado por Jean e Valdemir para participar do crime. Ele confirmou ainda que Husen foi o mandante e que eles deveriam simular um assalto em que o comerciante também figurasse como vítima. Maurício era a pessoa que sabia de todos os detalhes do plano.

Antes do crime, Valdemir, Jean, Maurício, José e Tiago se reuniram na oficina de Jean para detalhar o plano. De acordo com Tiago, inicialmente, a ordem era apenas "dar um susto" na vítima, mas que, na última hora, Husen determinou que matassem a esposa. Jean e Valdemir teriam discordado. Bruno, então, se ofereceu para cometer o crime. 

Fonte: G1 RS