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Servidores da 21ª Região Policial aderem à greve dos servidores do Estado

Serão atendidos somente casos de urgência delegados pelo comando de greve como flagrantes e casos de maior gravidade

09 de Outubro de 2017 às 16:37
Os servidores cruzaram os braços em solidariedade à categoria pelo recebimento de salários e só atendem casos de urgência
Os servidores cruzaram os braços em solidariedade à categoria pelo recebimento de salários e só atendem casos de urgência

Os servidores da Polícia Civil de Santiago e região aderem a greve dos servidores da Polícia Civil gaúcha. Bruno Dorneles, comissário de polícia com 23 anos de atuação e vasta experiência na atividade, diz que a categoria luta pela integralização de 222% do risco de vida. Afirma que é um dos maiores sindicatos do país em policiais filiados. Segundo Bruno, não há mais alternativas de prestação de serviço integral, já que são 22 meses de atrasos de salários e até o momento os servidores não receberam nada. Segundo ele, já estava muito ruím recebendo 350,00 reais de salários e agora, sem salário.

Bruno enfatiza a situação, afirmando que a profissão é de alto risco, e que o policial sai de casa sem saber se vai voltar, correndo riscos todos os dias e muitos colegas estão adoecendo tendo que se manterem reclusos das funções, inclusive sem condições de custear a ída ao trabalho.  O agente alega que o governo está demonizando o servidor público dizendo que o eles são culpados, usando os agentes como moeda de troca para obter vantagens junto ao governo federal, sacrificando a categoria. Bruno diz que após o episódio grevista ocorrido no Espírito Santo, o Supremo Tribunal Federal decidiu que as carreiras policiais são essenciais à população, impedidos de fazer greve, com exceção quanto à atraso de salários.

A Delegacia Regional abrange a 21ª Região Policial com mais 07 unidades abrangendo cobertura regional totalizando 12 cidades com os demais municípios. Entre os novos agentes e os que se aposentaram, o sindicato conta com aproximadamente 50 filiados e sem incentivo, os servidores que completam o tempo de serviço com a aposentadoria, acabam indo embora ocasionando o menor índice de servidores em 175 anos de Polícia Civil no Estado. Assim, afirma Bruno, os números da criminalidade só aumentam e a categoria não consegue mais acompanhar. Segundo o agente, todos os servidores estão na delegacia, porém, somente atendendo serviços essenciais seguindo determinação sindical para que não haja circulação de viaturas, de modo que todas devem permanecer no órgão a que pertencem enquanto durar o movimento grevista.

Não haverá cumprimento de mandados de busca e apreensão, mandados de prisão, operações e ações policiais, serviço cartório, entrega de intimações, oitivas, remessas de inquéritos policiais ao Poder Judiciário e demais procedimentos de polícia judiciária. As delegacias somente atenderão os flagrantes e casos de maior gravidade, tais como: latrocínios, homicídios, estupros, ocorrências envolvendo crianças, adolescentes e idosos e Lei Maria da Penha, além daquelas ocorrências em que o comando de greve ou o plantonista julgar imprescindível a intervenção imediata da Polícia Civil”, concluiu o Ugeirm.

Segundo o Ugeirm (Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia), a greve será encerrada somente após o pagamento integral dos salários dos servidores, parcelados pelo governo do Estado. Os vencimentos devem ser quitados no dia 17 de outubro.

Por Nilson Pereira.

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