Coluna: Geral RS

Os primeiros efeitos da gravação que implodiu o meio político em Brasília
18 de Maio de 2017 às 10:49
Foto: Portal ClicRBS.
Foto: Portal ClicRBS.

 No começo da noite de ontem, o Brasil inteiro tomou conhecimento de que o controlador do frigorífico JBS havia entregado ao Ministério Público Federal (MPF) gravações nas quais registra pedidos de propina do presidente Michel Temer (PMDB), e do presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (MG).

Em ações controladas pela Polícia Federal (PF), o repasse de dinheiro a emissários de Temer e Aécio foi filmado. As cédulas tiveram os números de série previamente registrados e estavam acomodadas em malas e mochilas equipadas com chips. Todo o caminho do dinheiro foi monitorado pelos investigadores. As informações foram reveladas na noite desta quarta-feira pelo jornal O Globo.

Joesley e seu irmão, Wesley Batista, fecharam acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República em razão de suspeitas sobre contratos realizados pelas empresas do grupo com o BNDES.

A acusação contra Temer
Em gravação feita por Joesley Batista, Michel Temer indica o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para receber R$ 500 mil como propina para resolver um assunto do interesse da JBS. Temer também avalizou o repasse de dinheiro para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do doleiro Lúcio Funaro, ambos presos.
— Tem que manter isso, viu? — incentiva Temer.

A acusação contra Aécio
Em gravação, Joesley Batista registra o senador e presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), pedindo R$ 2 milhões. A entrega do dinheiro a um primo de Aécio, Frederico Pacheco de Medeiros, foi filmada pela Polícia Federal (PF). Rastreamento posterior feito pela PF demonstra que o dinheiro foi depositado em uma empresa do senador Zezé Perrella (PSDB-MG).

Diante dessas denúncias, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) do mandato de senador e de Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) do mandato de deputado federal. O pedido é da Procuradoria-geral da República com base na delação de Joesley Batista e pessoas ligadas ao grupo J&F.
Na manhã desta quinta-feira (18), a Polícia Federal e o MPF deflagram uma operação contra Aécio, cujos mandados foram expedidos pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato. Agentes vasculham endereços do senado e o gabinete dele no Congresso. Há um mandado de prisão contra a irmã dele, Andréa Neves, que estaria no Exterior. Um procurador da República foi preso e há mandados contra pessoas ligadas a Cunha. A Procuradoria chegou a pedir a prisão de Aécio, mas o ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato, encaminhou o caso para deliberação do plenário do STF.

O presidente Michel Temer cancelou a agenda do dia e deve fazer pronunciamento ainda nesta manhã.

*Com informações do portal ClicRBS e UOL.

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