![Uma nova sexta-feira... E a coluna de Nolfeu Barbosa traz dois novos textos para reflexão, sendo o primeiro deles com o belo título de UMA HISTÓRIA DE AMOR.](/img.content/noticias/noticia17844.jpg)
UMA HISTÓRIA DE AMOR (Autor desconhecido)
Nós namoramos seis meses, terminamos por incompatibilidade e, por orgulho, nos mantivemos afastados. Há nove meses ela sofreu um acidente de carro e faleceu aos 25 anos. Todas as noites eu digo que a amo, e repito todas as manhãs, na esperança de que em algum lugar ela ouça, mas sei que não é possível. Hoje eu sei que devia ter ido atrás dela, telefonado dizendo que ela era a luz da minha vida, mandado flores, bombons, cartões, ter pendurado uma faixa na porta da casa dela, pichado o muro com o nome dela, fazer de tudo para demonstrar meu verdadeiro amor, mas eu não fiz nada disso.
Os meus “amigos” diziam: seja homem, não se humilhe por ela. Não é preciso ser “homem” para ser orgulhoso, pois isso não requer força, é preciso ser “homem” para ser humilde, isso sim é difícil.
Ela me amou, morreu me amando, sei disso. Eu a fiz chorar muitas vezes e tenho vontade de me bater quando penso nisso. Eu penso nos filhos que poderíamos ter tido, na velhice juntos, com a qual eu nunca deixei de sonhar, no filme romântico que ela queria ver e eu achava bobagem, nos momentos que eu desperdicei estando longe dela. Eu me enganei, achei que ela sempre estaria ali, me esperando, mas ela não esperou. Eu hoje procuro a paz de muitas formas. Religião, já passei por todas; psicólogos, ioga, esportes, de nada adiantou.
Uma vez fui visitar uma cidadezinha chamada Lorena, fiquei num sítio com amigos. Numa noite, na beira da fogueira, quando se contam “causos”, eu contei minha história. Havia umas 15 pessoas, todas jovens, só um senhor de idade. Todos se emocionaram, menos ele, eu achei que nem estava prestando atenção. Parecia ser um homem muito simples, achei que fosse incapaz de entender o que eu estava dizendo. Eu terminei minha história dizendo que o pior de tudo era saber que não havia nada a fazer. Alguns se levantaram, e eu fiquei lá, até o fogo acabar. Todos foram embora, menos o senhor. Ele ficou lá comigo e me disse que ainda havia o que fazer: contar minha história a tantas pessoas quanto conseguisse. Ser chato, insistente, tentar fazer com que entendessem e não errassem como eu errei.
REFLEXÃO:
Se você ama alguém, telefone e diga, escreva uma carta, faça uma serenata, mande um cartão, mande um e-mail, com três palavras: EU AMO VOCÊ.
Pouco importa que ela ou ele esteja com outro, pouco importa que você esteja com outra (o), o amor só acontece uma vez, e, se você tem a opção que eu não tenho mais, não a deixe passar.
O COELHO E O CACHORRO (Autor desconhecido)
Eram dois vizinhos. O primeiro vizinho comprou um coelho para os filhos. Os filhos do outro vizinho pediram um bichinho de estimação para o pai. O homem comprou um filhote de pastor alemão.
Conversa entre os dois vizinhos:
- Mas ele vai comer o meu coelho!
- De jeito nenhum. Imagina. O meu pastor é filhote. Vão crescer juntos, pegar amizade. Entendo de bichos, não vai haver problemas.
E parece que o dono do cachorro tinha razão. Juntos cresceram e amigos se tornaram. Era normal ver o coelho no quintal do cachorro e vice-versa. As crianças estavam felizes com a harmonia entre os dois animais.
Eis que o dono do coelho foi passar um final de semana na praia com a família e o coelho ficou sozinho. Isso numa sexta-feira. No domingo, de tardezinha, o dono do cachorro e a família tomavam um lanche, quando entra o pastor alemão na cozinha. Trazia o coelho entre os dentes, todo imundo, arrebentado, sujo de sangue e terra, morto. Quase mataram o cachorro de tanto agredi-lo. Dizia o homem:
- O vizinho estava certo, e agora?
A primeira reação foi agredir o cachorro, escorraçar o animal, para ver se ele aprendia um mínimo de civilidade.
- Só podia dar nisso!
Mais algumas horas e os vizinhos iam chegar.
- E agora? - Todos se olhavam.
O cachorro, coitado, chorando lá fora, lambendo os seus ferimentos.
- Já pensaram como vão ficar as crianças?
Não se sabe exatamente de quem foi a idéia, mas parecia infalível!
- Vamos dar um banho no coelho, deixar ele bem limpinho, depois a gente seca com o secador e o colocamos na casinha lá no seu quintal.
Como o coelho não estava muito estraçalhado, assim foi feito. Até perfume colocaram no animalzinho. Ficou lindo, parecia vivo, diziam as crianças. E lá foi colocado, com as perninhas cruzadas, como convém a um coelho dormindo. Logo depois ouvem ruídos dos vizinhos chegando. Notam os gritos das crianças.
Descobriram! Não passaram cinco minutos e o dono do coelho veio bater à porta do dono do cachorro. Branco, assustado. Parecia que tinha visto um fantasma.
- O que foi? Que cara é essa?
- O coelho... o coelho...
- O que tem o coelho?
- Morreu!
- Morreu? Ainda hoje à tarde parecia tão bem.
- Morreu na sexta-feira!!!
- Na sexta???!!!
- Foi. Antes de a gente viajar, as crianças o enterraram no fundo do quintal e agora ele reapareceu!
A história termina aqui. O que aconteceu depois não importa. Nem ninguém sabe. Mas o grande personagem desta história é o cachorro. Imagine o pobrezinho, desde sexta-feira procurando em vão pelo seu amigo de infância. Depois de muito farejar, descobre o corpo morto e enterrado. O que faz ele? Provavelmente com o coração partido, desenterra o amigo e vai mostrar para os seus donos, imaginando fazer ressuscitá-lo, trazê-lo de volta à vida.
REFLEXÃO:
O ser humano continua julgando os outros pela aparência, mesmo que tenha que deixar esta aparência como melhor lhe convier. Outra lição que podemos tirar dessa história é que o ser humano tem a tendência de julgar antecipadamente os acontecimentos, sem antes verificar o que ocorreu realmente.
Quantas vezes tiramos conclusões erradas das situações e nos achamos donos da verdade? Essa é para pensar bem nas atitudes que tomamos...
Seleção de textos feita por Nolfeu Barbosa.