Coluna: COLUNA DO BARBOSA

Português para concursos
21 de Outubro de 2022 às 07:00
A Coluna do Barbosa, além de cultura e entretenimento, é também um serviço de utilidade pública! Hoje, 21/10, Nolfeu Barbosa traz dicas valiosas da nossa língua portuguesa para os concurseiros de carteirinha.
A Coluna do Barbosa, além de cultura e entretenimento, é também um serviço de utilidade pública! Hoje, 21/10, Nolfeu Barbosa traz dicas valiosas da nossa língua portuguesa para os concurseiros de carteirinha.

São abertos, anualmente, diversos concursos públicos, tanto no âmbito estadual quanto no federal. Quem faz um concurso público busca um ganho melhor e também a estabilidade no emprego. Está prevista, ainda para este ano, a abertura de diversos concursos públicos, tais como na Seduc/RS (1500 vagas), Sefaz/RS (50 vagas), INSS (1000 vagas), Caixa Econômica Federal (1000 vagas) e Banco do Brasil (4480 vagas, distribuídas por todos os estados da federação e Brasília), além de concursos em diversas prefeituras de nosso Estado. Segundo o que apurei, os salários variam de R$ 1.200,00 até R$ 19.000,00, dependendo do cargo aspirado.

Seguem, abaixo, algumas dicas valiosas.

1 - “Faz” ou “fazem”?
A conjugação do verbo fazer deixa muitas pessoas confusas, quando ele se refere ao tempo decorrido. “Faz dois meses” ou “Fazem dois meses”?
A resposta é simples: se “fazer” for impessoal, ou seja, não contiver sujeito, ele sempre fica no singular. Por isso, “faz dois meses que trabalho aqui” é a conjugação correta.

2 - “Em vez de” ou “ao invés de”?
As duas expressões são parecidas e, às vezes, parecem significar a mesma coisa, mas não é bem assim.
“Ao invés de” só pode ser usado quando há uma oposição clara e direta, como em “Ao invés de sair, ficamos em casa”. Aqui uma decisão é oposta à outra.
“Em vez de” é usado quando há uma substituição, e não uma oposição. Por exemplo: “Em vez de pegar o guarda-chuva, eu peguei um casaco”. Neste exemplo não existe uma oposição, apenas uma substituíção.

3 - “Esquecer-se” ou “esquecer-se de”?
Quando o verbo “esquecer” é pronominal, ou seja, acompanhado do pronome “se”, sempre usamos “de” para complementar. Quando não há o pronome “se”, o complemento não é usado.
Por exemplo: “ele se esqueceu do casaco”, ou “ele esqueceu o casaco”.

4 - “Onde” ou “Aonde”?
Apesar de serem parecidas, essas duas palavras têm uma diferença sutil: “onde” é um lugar onde algo está, como na frase “onde você estuda?”.
Já “aonde” indica movimento e é um lugar para onde se vai:
“Ainda não sabemos aonde vamos”.

5. “A” ou “há”?
Quando se usa cada uma dessas palavras? O verbo haver é usado para indicar tempo no passado: “Estudo aqui há 3 anos”. O “a” é usado para indicar futuro ou distância: “A reunião é daqui a dois dias”.

6 - “Se não” ou “senão”?
Essa é bem difícil para quem estuda ortografia para concursos, porque a única diferença é o espaçamento.
“Se não” é usado em condicionantes. Exemplo:
“Se não terminarmos agora, podemos terminar amanhã”.
Por outro lado, “senão” significa “a não ser”:
“Ela não fazia nada senão dormir”.

7 - “Há dois dias” ou “há dois dias atrás”?
Apesar de ser muito usado na fala, “há dois dias atrás” é uma redundância. Se tem o “há” na frase, já está definido que foi no passado e, por isso, não é preciso usar o “atrás”. Então, a forma certa no português é:
“Há dois dias, fiz uma viagem inesquecível”.

8 - “Ao encontro de” ou “de encontro a”?
Essas duas expressões são muito parecidas e causam muitas dúvidas em quem estuda o português básico para concursos, mas significam coisas muito diferentes.
“Ao encontro de” é usado quando duas coisas estão em harmonia, enquanto “de encontro a” significa “ao contrário de”.
Por isso, “minha opinião vai ao encontro da sua” significa que as duas pessoas estão concordando.
Agora, “minha opinião vai de encontro a sua” significa que tais pessoas estão discordando sobre o assunto.

9 - “A meu ver” ou “ao meu ver”?
Essa é uma expressão fixa: é sempre “a meu ver”.
“Ao meu ver” está errado, então nunca a use na hora de escrever uma redação!

10 - “A princípio” ou “em princípio”?
Mais uma vez, essas duas expressões são parecidas e parecem substituíveis, mas significam coisas bem diferentes.
“A princípio” é um equivalente a “de início” ou “inicialmente”:
“A princípio, pensamos que ele estava em casa”.
“Em princípio”, por outro lado, é um equivalente de “em tese”:
“Em princípio, devemos sair agora para chegar a tempo”.

11. “Precisa-se” ou “precisam-se”?
Nesse caso, a partícula “se” torna o sujeito indeterminado e não temos como concordar o verbo com um sujeito indeterminado. Por isso, ele permanece sempre no singular: “Precisa-se de voluntários”.

12. “A nível de” ou “em nível de”?
Por último, outra expressão que traz sempre confusão na prova de português para concurso.
“Em nível de” significa “no âmbito”, como em “os estudos serão feitos em nível de análise”.
Por outro lado, “a nível de” significa “na mesma altura”, como quando dizemos que algo está “ao nível do mar”.

OBS.: Abordei esse tema, hoje, a pedido de dois bons amigos que sabem da minha predileção por essa matéria. Ambos têm netos que estão inscritos em concursos. Espero poder ajudá-los e, ao mesmo tempo, ajudar também aos queridos leitores de minha coluna.

Até a próxima sexta!

Por Nolfeu Barbosa.

 

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