Coluna: COLUNA DO BARBOSA

Setembro Amarelo
09 de Setembro de 2022 às 07:00
Setembro iniciou... E junto com o novo mês, veio mais uma edição da campanha Setembro Amarelo, sendo este o tema principal da coluna de hoje de Nolfeu Barbosa.
Setembro iniciou... E junto com o novo mês, veio mais uma edição da campanha Setembro Amarelo, sendo este o tema principal da coluna de hoje de Nolfeu Barbosa.

Estamos iniciando mais um mês de setembro e, junto com ele, mais uma edição da campanha Setembro Amarelo, organizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM). O dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

Essa campanha, que neste mês de setembro leva o título de “A vida é a melhor escolha!”, visa prevenir e diminuir a incidência de suicídios no Brasil, já que os números atuais são, de fato, alarmantes. Se, no resto do mundo, o número de suicídios vem diminuindo paulatinamente, na América Latina ocorre o contrário, com o crescimento preocupante de casos de suicídio.

O suicídio é uma triste realidade que atinge o mundo todo e gera grandes prejuízos à sociedade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que ocorram perto de um milhão de suicídios por ano, no mundo inteiro, entre os casos notificados e não notificados. Segundo dados da OMS, de 2019, no Brasil ocorriam em torno de 38 suicídios por dia, numero que deve ter se elevado consideravelmente, com o advento da pandemia e pós-pandemia. Ainda segundo dados da OMS, o suicídio é a segunda causa de morte entre os jovens de 15 a 29 anos. Estima-se que praticamente 100% de todos os casos de suicídio estejam relacionados às doenças mentais, principalmente àquelas não diagnosticadas, ou tratadas de forma incorreta. Dessa forma, a maioria dos casos poderia ter sido evitada, se esses pacientes tivessem acesso ao tratamento psiquiátrico e às informações de qualidade.

Com números assim, expressivos e alarmantes, é cada vez mais necessário dar mais atenção ao tema, desenvolvendo campanhas e debates que possibilitem a quebra do tabu sobre esse problema. A campanha deste ano, por exemplo, deve contar com o engajamento da mídia em geral, das clínicas, hospitais e indústria farmacêutica, instituições públicas ou privadas, empresas privadas, organizações não governamentais, e até mesmo com a participação de monumentos, que são iluminados com a cor amarela.

Estão previstas atividades em vários locais, em todo o mês de setembro, tais como em postos de atendimento de saúde, escolas e empresas dos setores público e privado, entre outras. A proposta visa conscientizar o maior número de pessoas sobre essas questões que envolvem o suicídio e os transtornos mentais, apresentando formas de efetiva prevenção.

REFLEXÃO:
É muito comum, entre famílias que perderam seus entes queridos para o suicídio, ouvirmos o seguinte comentário: “Como eu não vi isso? Como eu pude ficar tão desatento? Será que eu poderia ter evitado o pior?”
Cabe a nós, enquanto família, zelarmos muito bem pelos nossos familiares, e ficarmos sempre atentos a qualquer mudança de humor ou comportamento de cada um deles, buscando saber se estão bem e se tudo corre bem em suas vidas. Às vezes, basta uma palavra de carinho, atenção e interesse para mudar o rumo de uma vida.

PERDAS NA PANDEMIA

A pandemia da Covid-19, que se tornou uma coisa inimaginável, causou e continua causando vítimas todos os dias no Brasil. Segundo dados oficiais, foram registradas mais de 570 mil mortes até o dia 18 de agosto do ano passado. Dados do dia 6 de setembro deste ano contabilizam 684.646 mortos. Isso comprova que, infelizmente, mesmo com o dito “final da pandemia”, as pessoas continuam morrendo de Covid-19.
Cada um de nós, se não perdeu nenhum familiar, pelo menos conhece alguém que perdeu no mínimo um ente querido. Temos notícias de que, no nosso Estado, famílias perderam três ou até quatro de seus membros para essa doença que vem se mostrando tão terrível.
Vou colocar, aqui abaixo, a Oração de Santo Agostinho. É claro que sei que uma oração não vai trazer de volta nenhum parente morto, mas é uma oração profunda e certamente trará algum conforto a um coração enlutado.

A MORTE NÃO É NADA (Santo Agostinho)

“A morte não é nada.
Eu somente passei para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era, para vocês, eu continuarei sendo.
Me deem o nome que vocês sempre me deram.
Falem comigo como vocês sempre fizeram.
Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas, eu estou vivendo no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim. Rezem por mim.
Que meu nome seja pronunciado como sempre foi, sem ênfase de nenhum tipo. Sem nenhum traço de sombra ou tristeza.
A vida significa tudo o que ela sempre significou.
O fio não foi cortado.
Por que eu estaria fora de seus pensamentos, agora que estou apenas fora de suas vistas?
Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do Caminho.
Você, que aí ficou, siga em frente.
A vida continua, linda e bela como sempre foi.”

Por Nolfeu Barbosa.

 

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