
O governo federal afirmou que pode oferecer proteção aos brasileiros e familiares resgatados da Faixa de Gaza que estão recebendo ameaças após retornarem ao Brasil.
“A respeito dos repatriados de Gaza que estão recebendo mensagens ofensivas ou sofrendo ameaças, a Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Senajus/MJSP), enquanto coordenadora da operação de acolhimento, comunica que as denúncias estão sendo apuradas e serão encaminhadas para a investigação da Polícia Federal”, disse o Ministério da Justiça em nota divulgada na quinta-feira (16).
Repatriado no início desta semana, o palestino com cidadania brasileira Hasan Rabee alega que tem recebido mensagens hostis nas redes sociais. Entre as ofensas, ele foi chamado de terrorista. A advogada Talitha Camargo de Fonseca, que representa Hasan, disse que, até o momento, foram recebidas mais de 200 mensagens com crimes de perseguição, injúria racial, ameaça de execução, difamação e calúnia.
Talitha apresentou um pedido para que Hasan seja incluído no Programa de Proteção dos Defensores de Direitos Humanos, coordenado pelo Ministério dos Direitos Humanos.
O ministério informou que “qualquer cidadão ou cidadã que tiver seus direitos violados pode acionar a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, por meio dos seus diversos canais de atendimento como o Disque 100”.
Ainda segundo a pasta, Hasan poderá ser beneficiado pelo programa de proteção. “Após protocolado o pedido por parte do cidadão ou da cidadã, o ministério faz a avaliação da pertinência da inclusão da pessoa no programa e, se for o caso, procede com os encaminhamentos”, explicou em nota.
O ministério reforçou a posição de que “são condenáveis todas as manifestações de ódio ou ameaça, sejam elas contra quem for”. “Não há lugar para o antissemitismo, islamofobia ou qualquer tipo de preconceito ou discriminação”, ressaltou a pasta.
Hasan ficou conhecido nas redes sociais por publicar vídeos que relatavam o cotidiano do grupo de brasileiros que estava na Faixa de Gaza, em meio à guerra entre Israel e o Hamas.
Explosão de ônibus
Em uma publicação feita em 2015 nas redes sociais, Hasan defendeu a explosão de um ônibus em Israel. A postagem tinha uma foto de um ônibus queimado e a legenda: “Não queremos violência, mas acho esse o momento certo de explodir ônibus em Israel”.
Rabee apagou a postagem recentemente e afirmou, entrevista ao Jornal Nacional, que não se lembrava da publicação e que poderia tê-la feito “com raiva”.
Fonte: O Sul