
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que visita Israel nesta quarta-feira (18), apoiou a versão das autoridades israelenses que acusam combatentes palestinos pelo bombardeio que provocou centenas de mortes na terça-feira em um hospital da Faixa de Gaza.
"Eu fiquei profundamente triste e indignado com a explosão de ontem no hospital de Gaza. E com base no que vi, parece que foi feito pelo outro lado, não por vocês", disse Biden ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em Tel Aviv. "Temos que ter em mente que o Hamas não representa todo o povo palestino e só provocou sofrimento", acrescentou Biden.
O presidente americano desembarcou nesta quarta-feira no aeroporto Ben Gurion, perto de Tel Aviv, onde foi recebido por Netanyahu e pelo presidente de Israel, Isaac Herzog. Durante a visita, ele pretende se encontrar com famílias de vítimas do ataque do braço armado do Hamas em Israel no dia 7 de outubro.
O Exército israelense disse que o hospital não estava entre os seus alvos e responsabilizou a Jihad Islâmica, outro grupo palestino, que teria lançado mísseis acidentalmente contra o local. "Uma análise do sistema operacional do Exército indica que uma barragem de foguetes foi disparada por terroristas em Gaza e passou perto do hospital, que foi atingido", disse o Exército israelense em nota.
A Jihad Islâmica negou a acusação de Israel. "Não houve operações nessa área", disse o porta-voz do grupo Daoud Shebab ao The New York Times. No passado, foguetes disparados por radicais palestinos já falharam e atingiram civis em Gaza. Nenhuma das versões foi verificada até agora.
Durante conversa, Biden ainda acrescentou que o grupo terrorista Hamas, que governa Gaza, trouxe apenas "sofrimento" aos palestinos. "Joe, quero agradecê-lo por vir aqui hoje", disse Netanyahu ao líder americano, e pelo forte apoio demonstrado pelos Estados Unidos.
Uma reunião agendada na Jordânia entre Biden e líderes árabes foi cancelada, pois os principais aliados da região condenaram a explosão. Biden planeja demonstrar apoio aos esforços de Israel para destruir o Hamas após o devastador ataque de 7 de outubro, que matou pelo menos 1.400 pessoas em Israel. Mas ele também planeja fazer o que um assessor chamou de "perguntas difíceis" a Netanyahu para entender os planos militares de Israel e pressionar por ajuda humanitária para os civis em Gaza.
A explosão no Ahli Arab Hospital, onde muitos civis estavam abrigados após o bombardeio israelense em Gaza, matou centenas de pessoas, segundo as autoridades de saúde de Gaza. A explosão deixou um rastro terrível, de acordo com vídeos verificados pelo The New York Times e fotografias distribuídas por agências de notícias. Corpos ensanguentados e carbonizados estavam espalhados pelo pátio do hospital.
Protestos eclodiram em cidades do Oriente Médio em resposta à explosão, inflamando ainda mais uma região que está preocupada com o surgimento de uma guerra mais ampla.
Fonte: Correio do Povo.